9.4.11

Ciclo de Estudo e Prática

Introdução aos Bandhas
Os bandhas implicam a contracção de certos músculos, plexos e glândulas específicos do corpo, produzindo enormes benefícios fisiológicos. Funcionam como “fechaduras” que vão actuar sobre a energia vital (prána): acumulando, dirigindo e expandindo. Os bandhas que vamos aprender são o jálandhara, uddíyana e o múla bandha.

Praticam-se durante os ásanas, pránáyámas assim como em técnicas de preparação para a meditação. Além do aspecto físico surgem mudanças positivas a nível energético, mental (manas) e intelectual (buddhi). São essenciais e fazem parte das práticas de hatha, kriya e kundaliní yoga.

                                         Jálandhara Bandha
O jálandhara bandha consiste em aproximar o queixo do espaço entre as clavículas e depois contrair ligeiramente nessa direcção. Tem particular atenção no alongamento do pescoço tanto posterior como lateral e não cries tensão na musculatura ao executar este bandha. Desse modo repara que ajudas o peito a elevar-se em direcção ao queixo e a expandi-lo confortávelmente. O queixo aproxima-se do peito da mesma forma que a abelha pousa na flor para colher o pólen. A face permanece descontraída.

Embora o jálandhara bandha possa ser executado durante todas as 4 fases da respiração, ele é obrigatório apenas nas retenções prolongadas (kúmbhaka) da respiração. A razão é porque quando retemos o ar, o coração tem tendência a acelerar e a pressão arterial a aumentar. Com a continuação podem surgir sinais de arritmia e palpitações. Ora a boa notícia é que este bandha ao pressionar os nervos carotidianos evita não só que seja exercida pressão acima da glote (no cérebro, orgãos dos sentidos, etc) mas também provoca um afrouxamento dos batimentos cardíacos.

O efeito mais imediato é o aquietamento dos sentidos e da actividade mental.
 
Prána (Energia Vital)
O peito é o “receptáculo” onde se manifesta o próprio Prána neste corpo. Conhecido também como “ar” vital (váyu), é ele que fornece energia a todos os outros. Regula as funções fisiológicas da respiração e circulação. Além do peito, o prána também está presente na cabeça, como aliás confirma o Prashnopanishad III.5 “(...) o prána ocupando o lugar do soberano reside nos olhos e ouvidos, imitindo-se também pela boca e narinas (...)”.

Com o auxílio do jálandhara bandha o prána é dirigido para o umbigo ou manipura kshetra.

Aperfeiçoa o jálandhara bandha com o sarvangásana e o halásana.

                                Halásana                                 Sarvangásana

- Excerto retirado dos apontamentos da 2ª sessão do Ciclo de Estudo e Prática, "A Prática de Yoga na Rotina Diária", Gonçalo Correia

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