27.3.13

Uma perspectiva pessoal sobre a Tradição do Yoga

Entrevista de António Matos, entrevistado Gonçalo Correia

As perguntas que se seguem foram colocadas pelo colega António Matos, no âmbito de um trabalho para a cadeira de Introdução às Religiões da Ásia, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. As questões seleccionadas incidem sobre o Hatha Yoga em particular, sua origem e objectivo final, relação com outros tipos de Yoga como Raja e Jñana, a Tradição num contexto contemporâneo, etc. Tentei responder de forma clara e segundo a minha própria vivência. Espero que as respostas vos possam ser úteis e sejam esclarecedoras de algumas questões que possam ter. 
 
Antes de continuar, gostaria de deixar claro que para mim o Yoga é só um. Muitos métodos de Yoga praticados actualmente no Ocidente, que não estão associados directamente ao Hatha Yoga foram beber ao Hatha Yoga, aprendendo asana, pranayama, shatkarma, mudra, etc, com professores Indianos ou Ocidentais e mais tarde criando os seus próprios métodos. Citando o Ashtavakra Gita, “observando que existe opiniões tão diversas entre grandes videntes, santos e yogis, quem é que não alcança a tranquilidade ao tornar-se completamente indiferente?”

Você está formalmente ligado a alguma sampradaya tradicional com raízes na Índia, e a alguma instituição yogica no ocidente?
Num determinado Satsang no Yoga Hall do Shivananda Ashram, com vista para o rio Ganges, um indiano pediu ao Swami Muktananda ji para ser iniciado como seu discípulo. O swami ji respondeu-lhe que se ele praticasse os seus ensinamentos, se dedicasse um momento do dia para a interioridade, para a meditação então tornar-se-ia seu discípulo. Não seria, portanto, necessário formalizar a iniciação. 
Sei que existem gurus genuínos que não iniciaram formalmente nenhum discípulo.
Estou ligado a alguns yogis, que com o seu olhar, ensinamentos e presença me inspiraram. Não estou ligado a nenhuma instituição yogica no Ocidente.   



Sem comentários:

Enviar um comentário